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Sociedade não está preparada para surdos
Região - 21/04/2015

Araraquara – Do Correspondente

No sábado, 18, um grupo de alunos do curso de Libras – Língua Brasileira de Sinais, do Senai, realizou uma vivência em lojas do comércio de Araraquara. Os alunos se passaram por surdos para tentarem se comunicar por meio de Libras com funcionários de lojas do comércio com o objetivo de observância das dificuldades no atendimento, pelas quais, passam as pessoas com a deficiência auditiva. A ação consistiu em simular uma necessidade de compra.

Conforme relatos dos alunos, nenhuma das lojas do comércio estava preparada para o atendimento às pessoas surdas. Não houve comunicação, embora os atendentes tentaram captar o que os alunos tentavam dizer usando apenas a língua de sinais. Ao final das abordagens, os alunos revelaram o motivo daquela ação aos que foram abordados, para efeito de conscientização. Sem exceção, todos os funcionários atendentes abordados na ação, concordam que existe a necessidade urgente de aprendizado da língua de sinais e afirmam que enfrentam a dificuldade de comunicação no cotidiano, pois os surdos também fazem compras.

Acompanharam essa ação de vivência dos alunos, Vilma Schiavinato, que é professora-coordenadora e intérprete do curso de Libras e o coordenador de cursos do Senai de Araraquara, Nilton Roberto Bigotte (foto), o qual informou que a partir da necessidade observada e relatada pelos alunos que se passaram por pessoas surdas, estará propondo para a Acia - Associação Comercial e Industrial e ao Sincomércio – Sindicato do Comércio de Araraquara, a criação de cursos de Libras a quem se interessar, considerando a possibilidade de certificação dos estabelecimentos comerciais e industriais que venham oferecer o serviço de tradutor e intérprete para surdos, a serem identificados com uma plaqueta contendo o ícone de identificação por surdos.

O publicitário Théo Bratfisch (foto, ao lado de comerciários araraquarenses e do coordenador de cursos do Senai), que também é aluno do curso de alfabetização em Libras, vai sugerir ao presidente da Câmara Municipal de Araraquara, a criação de um projeto de lei nesse sentido para o município.

A lei de Libras completará 13 anos de existência no país sem garantir acessibilidade às pessoas surdas - O intérprete de Libras é tão imprescindível para o aluno surdo quanto a escola com rampas é importante para o cadeirante e os livros em braile são fundamentais para os cegos. A lei entrou em vigor no dia 24 de abril de 2002 e reconhece a língua brasileira de sinais como meio legal de comunicação e expressão das pessoas surdas.

Na lei, Libras ajuda surdos a conquistar direitos. Com certeza essa lei resultou de muitas lutas da comunidade surda que duraram anos até culminar na legalização da Libras em nosso país. A lei foi o início de discussões e mudanças na vida e na educação das pessoas surdas. Após 13 anos muitas conquistas já foram alcançadas, principalmente com relação aos direitos. No entanto, dar o direito não é garantia que ocorra efetivamente, como garantir uma educação bilíngue e de qualidade.

Atualmente, estão para empenho de votação na Alesp os Projetos de Lei 234/08 e 235/08 que tornam obrigatório a tradução simultânea das aulas das faculdades, universidades e escolas públicas do Estado para Libras (Linguagem Brasileira de Sinais). As propostas estão fundamentadas na Lei Federal 10.436/2002, que considera a Libras um instrumento legal de comunicação e expressão dos deficientes auditivos.

O mercado profissional para tradutor e intérprete de Libras no país é promissor - Segundo o IBGE, o Brasil tem hoje cerca de 10 milhões de surdos. E surdez não significa incapacidade. Portanto, este público circula por todos os lugares: escolas, universidades, eventos sociais, empresas, instituições públicas e privadas. Mas, para que essa inserção realmente aconteça, os surdos ainda dependem da intervenção de um profissional que vem sendo cada vez mais procurado em todo o país: o tradutor ou intérprete da Língua Brasileira de Sinais, também conhecida como Libras.

Hoje a maior demanda por intérpretes ainda é nas escolas e universidades, mas o mercado para estes profissionais não para de crescer. Além da inclusão escolar, há uma série de outras leis que buscam inserir o surdo na sociedade. Dependendo do porte, as empresas têm que destinar uma porcentagem das suas vagas a deficientes. Além disso, a transmissão de informações como em campanhas eleitorais, alguns tipos de propagandas e eventos precisam obrigatoriamente ser traduzidas para os surdos. Mas ainda há um imenso campo a ser explorado. Hospitais, prefeituras, delegacias, supermercados, centros de formação de condutores, concursos públicos, são inúmeros os espaços frequentados pelos surdos que requerem a presença de um tradutor.

Em média estes profissionais cobram R$ 30,00/hora para atendimentos individuais como salas de aula, consultórios, provas, e R$ 100,00/hora em eventos como palestras, custo que não pode ser repassado ao surdo. Há ainda os concursos públicos que cada vez mais abrem vagas para intérpretes com bons salários e planos de carreira de acordo com a qualificação profissional e o tempo de serviço.

 

 

(Foto: reprodução)

 

 

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