O portal de notícias da Globo, g1.globo.com, São Carlos e Araraquara, está informando nesta sexta-feira, 22, que a falta de medicamentos na Farmácia Municipal de Mococa (foto) atinge mais de 60 tipos:
“A falta de medicamentos na Farmácia Municipal de Mococa (SP) tem causado uma situação que prejudica muitos moradores. A Prefeitura atende seis mil pessoas por mês e distribui 240 tipos de medicamentos, dos quais 62 estão em falta.
Pacientes que precisam dos remédios e não podem pagar por eles afirmam que a situação já dura meses.
A assessoria de imprensa da Fundação para o Remédio Popular (Furp) informou que não foi comunicada pela Prefeitura sobre a falta dos medicamentos.
Já o diretor de Saúde do município, Pedro Paulo Barreto Furtado, afirmou que houve problemas com três fornecedores no início de 2015, o que prejudicou o fornecimento. No entanto, o setor jurídico da Prefeitura teria aberto uma nova licitação com outras três empresas. Além disso, o diretor informou que a situação será normalizada até o mês de julho.
A responsável pela Farmácia Municipal reconhece os problemas e diz que ocorreram dificuldades na licitação para a compra dos remédios. “É um processo burocrático mesmo, várias questões que precisam de documento do fornecedor. A informação que a gente tem é que deve sair esse mês e acho que a gente consegue regularizar essa situação logo”, disse Vilma Bello Vieira.
Além disso, Vilma comentou que houve problema com a Fundação para o Remédio Popular, que pertence ao Governo do Estado. Um documento mostra que o último pedido para os remédios foi feito no dia 13 de abril. “Simplesmente por falta de matéria-prima para a fabricação ou porque eles tiveram algum problema na produção, alguma máquina ou alguma coisa, e simplesmente param. E aí avisam a gente na véspera”, reclamou.
Reclamações – O aposentado Hairton Carraro toma 10 remédios por dia após ter sofrido quatro infartos. Além de problemas no coração, o homem também sofre do estômago, mas não tem conseguido remédios na Farmácia Municipal de Mococa. “Meus amigos e amigas que trabalham em laboratório me dão remédios. É o que eu consigo, mas na hora que terminar não sei como vou fazer”, contou.
Todos os dias o aposentado tenta pegar os remédios, mas recebe a mesma resposta e sai da farmácia sem os medicamentos. “Vou embora novamente sem os remédios. Todos os dias venho e não tem. A previsão é para chegar em junho e olhe lá se chegar, foi o que me disseram. Vou ter que ficar sem tomar porque ganho um salário mínimo e não tenho condições de comprar. Se fosse pagar, seria uns R$ 900”, disse.
Além dele, o servente de pedreiro Adilson Marçal também reclama. “Remédio aqui só de R$ 10 para baixo. Faz 15 dias que vim e me disseram que ia chegar. Vim aqui e nada”, afirmou.
A empregada doméstica Elessandra Aparecida Domingos tem diabetes e precisa tomar dois remédios diariamente, mas também não tem conseguido pegá-los na farmácia. Se fosse comprar por conta própria, ela estima que gastaria R$ 90 por mês, dinheiro que faz falta para a mulher que ganha um salário mínimo. “Tem uma semana que estou atrás e ainda não chegou. Não deram previsão, disseram que está em falta e que vai demorar para chegar, mas não disseram quanto tempo”, falou.
A dona de casa Sueli Aparecida Nascimento tem varizes e não consegue o remédio que precisa há dois meses. “Não posso ficar sem, estou sentindo dor nas pernas por conta da diabetes também”, apontou”.
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