Nos últimos quatro anos, os casos de erro médico que chegaram ao Superior Tribunal de Justiça aumentaram 140%. Em 2010, foram 260 processos e, em 2014, 626. Dados europeus da Organização Mundial da Saúde, a OMS, mostram que erros e eventos adversos ocorrem em 8% a 12% das internações. Espanha, França e Dinamarca têm publicado estudos com resultados semelhantes. Evidências sobre erros clínicos mostram que de 50% a 70% de tais danos poderiam ser evitados.
"É importante lembrar que a denominação correta de erro médico é erro clínico, pois envolve outros profissionais de saúde e não somente o médico. Atualmente, os profissionais de saúde são multiplicadores de conceitos de segurança. Pacientes e familiares também devem fazer sua parte e observar atentamente alguns pontos sobre o diagnóstico, o tratamento e a comunicação com a equipe", explica Vanice Costa, presidente e diretora de certificação do IBES, empresa voltada para atividades de diagnóstico e acreditação de organizações e programas de saúde, por meio do Sistema Brasileiro de Acreditação/ ONA (Organização Nacional de Acreditação).
Dicas para se prevenir contra erros médicos:
1. Pergunte o nome de seu médico e dos outros especialistas que compõem a equipe.
2. Pergunte ao médico qual é o diagnóstico principal e se existem outras questões recém-diagnosticadas.
3. Ouça sempre uma segunda opinião sobre o diagnóstico e o tratamento.
4. Não tenha medo de perguntar. Sinta-se livre para expressar seus medos e ansiedades sobre o seu diagnóstico.
5. Pergunte ao médico ou enfermeiro como a doença está respondendo ao tratamento. É direito do paciente obter informações sobre sua condição.
6. Peça para seus familiares e acompanhantes se envolverem e apoiá-lo na sua recuperação.
7. Peça para conversar com o gerente de enfermagem ou enfermeiro responsável caso você esteja enfrentando problemas na sua assistência ou falhas de comunicação sobre sua condição.
8. Pergunte sobre a indicação dos procedimentos ou medicamentos que estão sendo administrados.
9. Busque referências sobre médico, equipe, clínica e hospital.
10. Procure escolher instituições que possuam certificado de acreditação nacional e/ou internacional.
Acreditação é sinônimo de redução de riscos e qualidade – Ao contrário de outros países, o termo acreditação é pouco conhecido no Brasil. Um serviço de saúde acreditado tem como objetivos a segurança do paciente, a melhoria contínua da qualidade e a redução de riscos. No Brasil, o sistema de acreditação mais conhecido é a ONA - Organização Nacional de Acreditação. Criada em 1999, já possui quase 500 instituições acreditadas em todo o país. Em 2014, foi validada pela International Society for Quality in Healthcare (ISQua), o que a compara com importantes metodologias de acreditação no mundo.
No Estado de São Paulo, 212 instituições são acreditadas, entre hospitais, ambulatórios, laboratórios, serviços de pronto atendimento, home care, clínicas odontológicas, clínicas de hemoterapia, serviços de terapia renal substitutiva e serviços de diagnóstico por imagem, radioterapia e medicina nuclear. Na região, a Clínica Lund de Nefrologia, de São José do Rio Pardo (certificação: Acreditado), e Unimed Leste Paulista, de São João da Boa Vista (certificação: Acreditado Pleno), possuem a certificação da Organização Nacional de Acreditação.
(Foto: reprodução)
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