Celebrado todo dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher simboliza a luta das mulheres, desde o final do século XIX, por igualdade de gêneros e melhores condições de trabalho e vida. Reconhecido pela ONU há quase 40 anos, a data estimula uma série de conferências e eventos que ressaltam essas conquistas e propõem novas discussões. A saúde das mulheres, sem dúvida, é um desses temas.
A principal preocupação neste sentido é o crescimento do câncer de mama, o de maior incidência entre as mulheres, com cerca de 57 mil novos casos por ano de acordo com o Instituto Nacional do Câncer, o Inca. Mas, assim como o câncer de mama, existem outras doenças que acometem as mulheres que podem ser prevenidas ou até mesmo tratadas, desde que diagnosticadas precocemente.
“Além das práticas saudáveis que promovem qualidade de vida como exercícios físicos, não fumar, não abusar do álcool, dormir bem e ter uma alimentação regrada, o diagnóstico precoce é um forte aliado no tratamento das doenças antes mesmo que alguns sintomas apareçam e tragam sequelas irreversíveis”, explica Sandra A. Tardochi de Melo, médica do trabalho e coordenadora de saúde corporativa da Fundação IDI, maior provedora de exames diagnósticos do País para a área pública.
Durante todas as fases da vida alguns exames diagnósticos são fundamentais e devem ser solicitados por um médico, após consulta e avaliação. “As mulheres devem seguir um calendário de exames preventivos que começa a partir da primeira menstruação, com a realização de exames fundamentais que monitoram a saúde e o bom funcionamento do organismo”, orienta a médica Sandra Melo.
Infância e adolescência – Tudo começa na fase infantil, em que será assistida por um pediatra, e também pela fase da puericultura, que se dedica à promoção da saúde da criança e engloba programas de nutrição, imunizações com o calendário de vacinas e desenvolvimento infantil. “Esta fase começa no teste do pezinho, feito 48 horas depois do nascimento para detectar doenças genéticas, hipertireoidismo, doenças do metabolismo e doenças infecciosas que podem alterar o desenvolvimento do bebê. Outros exames durante a infância devem ser realizados somente com a indicação do pediatra”, comenta Sandra.
Na adolescência as meninas devem receber orientação do autoexame das mamas e incentivo para procurar um ginecologista após a primeira menstruação. Dra. Sandra orienta que, “após o início da atividade sexual o exame de Papanicolau deve ser realizado anualmente com objetivo da prevenção do câncer no colo uterino. Além dele, é indicado o exame citopatológico do colo uterino”.
Idade adulta e melhor idade – Além da manutenção anual dos exames que iniciaram na fase de pré-adolescência, novos exames, que devem ser realizados com periodicidade, entram para o calendário como a mamografia para casos de câncer de mama. É indicada a partir dos 50 anos de idade, desde que a paciente não tenha antecedente pessoal ou familiar. Neste caso, é indicado antes dos 40 anos.
“Nesse mesmo período é indicada a ultrassonografia pélvica e transvaginal que avalia ovários e útero, além de avaliação cardiológica para controle da pressão arterial”, ressalta a médica.
O teste ergométrico, de esforço, verifica a capacidade cardíaca e existência de possíveis doenças cardiovasculares. É indicado fazê-lo uma vez por ano a partir dos 30 anos. Já aos 60 anos, ele é fundamental para quem pretende começar uma atividade física, por exemplo.
Outros exames indicados a partir dos 50 anos são a colonoscopia, para casos de histórico familiar de câncer no intestino e o exame de fundo de olho. “Nesse período intensificam-se os exames de sangue, fundamentais para verificar se os compostos e nutrientes que formam o sangue estão regulares. Por meio deles podemos verificar a função de alguns órgãos, como tireoide, fígado e intestinos. Por exemplo, os de ureia e creatinina que avaliam a função dos rins e detectam possíveis alterações, como insuficiência renal”, salienta Sandra.
Depois da menopausa o exame de densitometria óssea geralmente é solicitado devendo ser realizado na mulher a cada dois anos para prevenir a osteoporose (perda anormal da massa dos ossos). O exame mede a densidade dos ossos e a possível perda de massa óssea.
“É importante também checar se está em dia com a vacina antitetânica “dupla adulto”, pois uma simples perfuração na mão feita por um espinho contaminado pode transmitir a doença. Não necessariamente a transmissão é feita por materiais enferrujados”, alerta Sandra.
Exames de rotina para mulheres – Confira os exames que toda mulher deve fazer, de acordo com a idade, segundo a médica:
A partir da menarca (primeira menstruação)
Anual:
- Mamas (detecção de nódulos mamários e prevenção do câncer)
- Papanicolau (coleta de material do colo uterino e exame físico anual da pélvis, diagnóstico precoce de câncer de colo do útero e outras doenças ginecológicas)
- Sangue (diagnóstico de doenças: diabetes, hipertensão e da tireoide)
A partir dos 30 anos
- Além dos exames anteriores:
Anual:
- Mamografia (quem possui histórico de câncer na família)
A partir dos 40 anos
- Além dos exames anteriores:
Anual:
- Densitometria óssea (detecção de osteoporose)
- Ultrassonografia pélvica e transvaginal (avalia ovários e útero e são solicitados a critério do médico)
- Avaliação cardiológica (eletrocardiograma e controle da pressão arterial)
- Verificar carteira de vacinação (tríplice viral e dupla adulto)
A partir dos 50 anos
Além dos exames anteriores:
- Colonoscopia (avaliação intestinal)
- Exame de fundo de olho (detecção de problemas oculares)
A periodicidade dos exames pode ser alterada de acordo com os resultados de exames ou a critério dos médicos.
(Foto: reprodução/divulgação c/ montagem mococa24horas)
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