O juiz federal Mário de Paula Franco Júnior, da 9ª Vara Federal de Campinas, autorizou a deflagração nesta terça-feira, 31, da “Operação Hipócritas – A Face 9”, realizada pelo Ministério Público Federal, em conjunto com a Polícia Federal, com o objetivo de desvendar um suposto esquema criminoso envolvendo corrupção de peritos, médicos peritos judiciais, assistentes técnicos e advogados em processos que tramitam na Justiça do Trabalho.
A operação consistiu no cumprimento simultâneo de mandados de prisão preventiva, mandados de condução coercitiva, mandados de busca e apreensão, além de quebras de sigilo fiscal, telefônico e telemático dos envolvidos, e prendeu pelo menos 3 pessoas suspeitas.
Segundo o MPF, as investigações demonstraram que peritos judiciais, em conluio com assistentes técnicos e advogados, fraudaram, mediante o pagamento de propina, laudos apresentados em processos da Justiça do Trabalho de Campinas, Americana, Guarulhos, São Paulo, Campinas, Indaiatuba, Jaguariúna, Barueri, Piracicaba, São Bernardo do Campo, Jundiaí, Sumaré, Limeira, Casa Branca, Valinhos, Paulínia, São Roque, Bragança Paulista, Itu, Sorocaba e São Caetano do Sul, fazendo com que as empresas reclamadas ficassem “livres” do pagamento de indenizações decorrentes de acidente do trabalho.
“Em muitos casos, o perito judicial, mesmo reconhecendo a incapacidade laboral dos trabalhadores, atestava no laudo sua plena capacidade laborativa, exonerando a empresa de qualquer responsabilidade. Em razão da quebra do sigilo telemático, foram identificadas várias contas de e-mail nas quais foi possível constatar o prévio acerto das conclusões dos laudos periciais e o pagamento de propinas”, informa em nota o Núcleo de Comunicação Social da Justiça Federal de 1º Grau em São Paulo.
Sobre o nome da operação – “O nome da operação decorre da alusão ao juramento de Hipócrates, pai da medicina, nascido na Grécia antiga, 450 a.C., geralmente proferido pelos graduados em medicina no dia da formatura, quando assumem solenemente exercer a medicina honestamente e não causar mal a outrem. Fez-se alusão, ainda, à hipocrisia dos investigados que, através de mensagens, reclamavam da prática sistemática de corrupção em nível nacional”, informa o órgão.
(Foto ilustrativa: reprodução)
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