A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, está informando que determinou na sexta-feira, 15, o recolhimento no mercado do lote L06, com validade até abril de 2017, do extrato de tomate Heinz, fabricado em Goiás.
A resolução da agência proibindo a distribuição e comercialização do lote foi publicada nesta segunda-feira, 18, no Diário Oficial da União, e já está em vigor.
O texto da resolução menciona laudo da Fundação Ezequiel Dias acusando pelo de roedor “acima do limite máximo de tolerância estabelecido pela legislação vigente.”
“As análises determinando o recolhimento foram baseadas na resolução RDC 14/2014, que define limites maiores de tolerância para matérias estranhas em alimentos e bebidas. Para produtos derivados de tomate, é tolerado 1 fragmento de pelos de roedor em 100g; canela em pó, 1 em 50g; chocolate e produtos achocolatados, 1 em 100g”, informa a Proteste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, que atua na defesa e no fortalecimento dos direitos dos consumidores brasileiros.
A palavra da empresa - Em nota à imprensa, a Heinz Brasil informou que o caso foi registrado em julho do ano passado pela Gerência Colegiada da Superintendência de Vigilância Sanitária de Minas Gerais e que o lote em questão já foi recolhido. “Na ocasião, a empresa recolheu as embalagens disponíveis no comércio, não havendo qualquer contraindicação ao consumo dos lotes presentes nos mercados hoje”.
Ainda de acordo com o fabricante, em junho deste ano, o processo foi dado como encerrado pela Anvisa. “A empresa esclarece que a acidez do produto (pH) alinhada às altas temperaturas controladas no processo produtivo eliminam qualquer risco ou prejuízo à saúde, ou seja, mesmo o referido lote, não apresentaria riscos à saúde.”
Problema recorrente – “Em 2013, análise da PROTESTE encontrou três pelos de roedor em uma amostra de 100 gramas do ketchup da Heinz, importado do México. O produto, um pote de 397 gramas do lote 2C30, foi adquirido em dezembro de 2012 em um mercado de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo)”, informa em nota a entidade de defesa dos direitos do consumidor.
“A presença de pelos de roedores nos alimentos evidencia grave falha na implementação das boas práticas de fabricação. Os roedores (rato, ratazana e camundongo) são reconhecidamente vetores mecânicos – animais que veiculam o agente infeccioso desde o reservatório até o hospedeiro potencial, agindo como transportadores de tais agentes, carregando contaminantes para os alimentos. Eles são potenciais transmissores de doenças. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já catalogou cerca de 200 doenças transmissíveis por roedores”, completa.
(Foto ilustrativa: reprodução)
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