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Desmistificando o diagnóstico do câncer de mama
Geral - 19/10/2016

Neste mês comemora-se mundialmente o Outubro Rosa. O nome do movimento popular remete à cor do laço rosa que simboliza a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o segundo tipo que mais acomete mulheres no país, atrás apenas do melanoma. O diagnóstico precoce, geralmente realizado em exames de rotina, aumenta as chances de cura da doença.

Dúvidas esclarecidas – Vale reiterar a importância do médico patologista para o diagnóstico da doença. A patologista Cristiane Nimir, especialista em mama e integrada ao núcleo de mastologia do Hospital Sírio-Libanês, localizado em São Paulo, esclarece algumas dúvidas sobre o assunto:

1 - Qual o melhor método para detecção do câncer de mama?

Não existe um único método. O diagnóstico é multidisciplinar por envolver diversos profissionais da área da saúde com papéis diferentes como o mastologista que faz o exame clínico, o radiologista responsável pelos exames de imagem e o patologista que analisará, se necessário, uma eventual biópsia ou punção aspirativa da lesão.

2 - Quando a biópsia é indicada?

Os exames clínicos e de imagem determinam a necessidade ou não de uma biópsia (procedimento invasivo no qual pequeno fragmento da lesão é amostrado). O exame anatomopatológico realizado pelo patologista determina se a lesão estudada é de caráter maligno ou benigno. De posse de todos estes resultados a equipe multidisciplinar define o melhor tratamento para a paciente.

3 - Qual o tipo de exame mais frequente para diagnóstico?

 A modalidade mais utilizada para rastreamento é a mamografia. Este exame é capaz de detectar lesões ou alterações no tecido mamário que são suspeitas de neoplasia. A mamografia tem resolução e capacidade de identificar lesões em mamas menos densas. A mama de pacientes acima de 45 anos começa a ter menor densidade e assim permite diagnóstico de lesões menores, ainda no início. Em mama de pacientes mais jovens, abaixo dos 45 anos, é recomendada a ultrassonografia em associação ou não com a mamografia. Outra modalidade é a ressonância nuclear magnética, que tem indicações mais precisas, em especial no contexto de câncer de mama familiar e neoplasia lobular.

Os exames de imagem detectam a presença de nódulos ou alterações no tecido mamário, e a indicação para realização da biópsia. O diagnóstico definitivo só é possível com a análise do tecido mamário pela biópsia (pequeno fragmento) ou citologia (um aspirado feito com agulha).

4 - Quando a ultrassonografia é indicada?

A ultrassonografia é capaz de identificar lesões em tecidos mais densos. Vale uma ressalva, câncer de mama em paciente com menos de 30 anos é um evento raro e, quando ocorre, apresenta-se com características passíveis de serem detectadas pela mamografia.

5 - Quais as limitações que cada exame tem?

A maioria das limitações se enquadra da impossibilidade de definir com 100% de certeza se a imagem detectada representa um câncer ou tecido normal da mama. Quando um tecido no estudo de imagem é tido como suspeito, entra em cena o patologista que determina se a lesão estudada é de caráter maligno ou benigno a partir de uma pequena amostra da mesma. Às vezes, esta definição também é difícil para o patologista, que ainda tem a alternativa de utilizar exames do tipo imuno-histoquímica para auxiliá-lo no diagnóstico.

 

 

 

(Foto ilustrativa: reprodução)

 

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