Por Júlia Gracioli, do Jornal da USP
Pesquisa feita pela Universidade de Sorbonne, em Paris, diz que o aumento no consumo de ultraprocessados pode elevar o índice de câncer. Os resultados mostraram que, na medida em que a proporção de alimentos ultraprocessados na dieta aumentasse 10%, a quantidade de câncer detectada aumentaria 12%.
Durante o estudo, uma média de 18% da dieta dos participantes era composta de comida ultraprocessada [salgados enlatados, barrinhas de chocolate, refrigerantes, nuggets, almôndegas, sopas instantâneas, comidas congeladas, pães produzidos em série etc.]. Foram identificados casos de câncer em uma proporção de 79 a cada 10 mil pessoas por ano. Segundo os pesquisadores, aumentar a proporção de alimentos processados em 10% provocaria nove casos extras de câncer por ano no mundo.
Na pesquisa, pessoas que consumiam mais produtos ultraprocessados eram menos ativas, eram mais propensas a fumar e ingerir mais calorias em geral, fatores considerados de risco, levando a ganho de peso, sobrepeso e obesidade e também podendo aumentar o risco de câncer.
O professor José Ernesto dos Santos, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, explica que esse hábito de ingerir alimentos ultraprocessados no almoço e no jantar, porque é mais rápido e dá menos trabalho, tem levado a população a se tornar obesa, hipertensa e com aumento de gordura no sangue.
Para ele, reduzir a ingestão desses alimentos não significa parar de comer, significa reduzir de uma maneira prudente, de uma a duas vezes na semana e procurar ingerir alimentos mais naturais, como vegetais, frutas e legumes.
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