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Mococa no front da Revolução Constitucionalista de 1932
Cidade - 11/07/2018

Nesta segunda-feira, dia 9, feriado estadual homenageia o maior ato cívico do País, a Revolução Constitucionalista de 1932, quando os paulistas, em especial a elite afastada do poder pela Revolução de 1930, tinham como objetivo derrubar o então governo provisório e ditatorial do presidente Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova constituição.

Marcado por combates armados entre julho e outubro de 1932, o movimento paulista que este ano completa 86 anos mobilizou milhares de pessoas em diversos municípios paulistas e regiões fronteiriças aos estados de Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso. Segundo o Museu da Imigração do Estado de São Paulo, as principais frentes de batalha foram: Frente do Mato Grosso, Frente Leste ou Mineira, Frente do Norte ou Vale do Paraíba, Frente do Litoral ou Costeira, Frente do Sul ou do Paraná.

Mococa, por fazer divisa com Minas Gerais, fazia parte da Frente Leste ou Mineira (setor da Mogiana), foi palco de combates violentos e organizou diversas comissões de voluntários (áreas de transporte, alimentação, confecção de fardas, policiamento, comunicação e alistamento), sendo ocupada por tropas do governo Getúlio Vargas em agosto (dia 31 de agosto de 1932) e retomada em setembro (dia 12 de setembro).

Os combatentes mocoquenses Benedito Ribeiro, Domingos Giglio e Roque Pezzo perderam suas vidas pela causa constitucionalista e deixaram seus nomes marcados na história do movimento.

Memória – Cartas, fotos, manuscritos, objetos de combate etc. da participação mocoquense na Revolução Constitucionalista de 1932 podem ser vistos no Museu Histórico e Pedagógico “Marquês de Três Rios”, localizado na Casa de Cultura Rogério Cardoso (R. Muniz Barreto, 54, Centro, tels.: (19) 3656-9030/3665-8044).

Sobre a Revolução Constitucionalista de 1932 – Segundo informações do Museu da Imigração do Estado de São Paulo (1932, Acervos e Memórias), “Para compreender os eventos de 1932 é necessário retroceder alguns anos e entender como era a política brasileira nas décadas anteriores. Após a instauração da República, em 1889, o poder foi exercido basicamente pelas oligarquias paulista, representada pelo Partido Republicano Paulista (PRP) e mineira, representada pelo Partido Republicano Mineiro (PRM), na chamada “república do café com leite”. Já nos primeiros anos da década de 1920 esse modelo passou a ser contestado por setores sociais de pouca visibilidade ou alijados do poder, como podemos constatar pela Revolução de 1924, pelos movimentos tenentistas, pela Coluna Prestes e pela criação do Partido Democrático (PD) em 1926, como dissidência do PRP. O ano de 1929 marcou o rompimento entre as alianças paulista e mineira. Os paulistas indicaram Júlio Prestes como candidato à presidência da República e em contrapartida, os mineiros apoiaram a candidatura oposicionista do gaúcho Getúlio Vargas. Um ano depois das eleições, com a vitória de Júlio Prestes, desencadeou-se a Revolução de 1930. Este foi um movimento armado, iniciado em 3 de outubro e liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, que culminou na deposição do presidente da república Washington Luís em 24 de outubro, impedindo a posse do presidente eleito. Getúlio Vargas assumiu então a chefia do governo provisório em 3 de novembro, data que marcou o fim da chamada República Velha.

O governo de Vargas caracterizou-se pela destituição de líderes locais à frente da política do estado de São Paulo, com a nomeação de interventores, e pela adoção de medidas centralizadoras, em dissonância ao federalismo defendido historicamente pelos paulistas. O estopim da crise entre São Paulo e governo federal, no entanto, foi causado pela suspensão da constituição de 1891 e não sinalização de promulgação de uma nova. Manifestações populares de insatisfação encabeçadas por setores tradicionais da política paulista passam a ser frequentes a partir de janeiro de 1932. Nesse sentido, a morte de quatro estudantes paulistas em confronto com forças do governo e que se tornaram mártires da Revolução – Miragaia, Martins, Dráusio e Camargo – culminou no MMDC, movimento formado para derrubar o governo varguista. No dia 9 de julho daquele ano, milhares de paulistas ganharam as ruas da capital e do interior de São Paulo para uma luta armada contra o governo federal. Lançaram mão às armas estudantes, intelectuais, industriais e políticos ligados à República Velha e ao Partido Democrático. Da mesma forma o engajamento de mulheres foi devidamente explorado nas mensagens de convocação dos homens para o alistamento voluntário.

A luta armada dos constitucionalistas que a princípio contava com o apoio de lideranças do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso acabou restringindo-se ao estado de São Paulo com algumas poucas alianças em regiões isoladas. Devido à falta de apoio dos estados vizinhos, o despreparo dos voluntários e a insuficiência de armas, os paulistas não tiveram condições de manter a revolução por muito tempo. A superioridade das tropas federais prevaleceu e em outubro de 1932 as frentes constitucionalistas assinaram a rendição. Nos anos seguintes houve um processo contínuo de construção da memória do movimento constitucionalista, tornando-o símbolo da identidade paulista. Diversas famílias de combatentes e veteranos mantiveram registros que continuam sob sua guarda. Porém, grande parte foi doada e hoje pertencem aos acervos de museus do estado de São Paulo e acessíveis para o público em geral. São cartas, fotos, diários, manuscritos, objetos de combate, indumentária, dentre outros que possibilitam o amplo acesso a esses elementos que compõem o imaginário social acerca do conflito e de sua representatividade enquanto marco na história paulista e brasileira”.

 

 

(Foto: Museu da Imigração/divulgação)

 

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