Por Laura Alegre, do Jornal da USP
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 6,4 milhões de pessoas negras saíram da força de trabalho entre o primeiro e segundo trimestres de 2020, por terem perdido ou deixado de procurar empregos pela descrença na possibilidade de se recolocar no mercado. Entre os brancos, o número de pessoas nessa mesma situação chegou a 2,4 milhões, uma grande diferença. A pandemia agravou ainda mais essa situação, fazendo com que a informalidade aumentasse e que essa parcela mais afetada da população se expusesse mais ao risco de se contaminar com o novo coronavírus.
O professor Jonathan Marcelino, geógrafo, mestre e doutor em Geografia Humana pela USP, conta que a desigualdade racial no mercado de trabalho tem raízes históricas no Brasil e que é consequência de um racismo estrutural no País. Entre as possíveis soluções para essa disparidade, ele ressalta que é necessário um “movimento de Estado com medidas redistributivas e conjunto de iniciativas para superar o gap entre negros e brancos na sociedade. O principal desafio então é que o Estado assuma seu papel e invista em práticas focalizadas nas questões de raça”.
(Foto: Erick Characayo Nina/Flickr/divulgação)
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