Nesta terça-feira, 26, a Sociedade Esportiva Palmeiras, ou simplesmente “Verdão”, completa 100 anos de sua fundação.
Considerado o clube brasileiro com mais títulos nacionais, 11 ao todo, pelo Palmeiras desfilaram os melhores jogadores da história do futebol brasileiro, como Djalma Santos, Julinho Botelho, Jair Rosa Pinto, Oberdan Cattani, Waldemar Fiume, Luís Pereira, Ademir da Guia, Dudu, Leivinha, Leão, Jorge Mendonça, Edmundo, Evair, Rivaldo e Marcos.
Mococa e o “Verdão” - Um jogador nascido em Mococa também faz parte desta história centenária. No início dos anos 1980, o volante mocoquense Gilmar Justino Dias, o Mococa, sob o comando de Telê Santana, honrou o manto alvi-verde com seu futebol valente. Na época, o seu nome foi cogitado para a seleção brasileira de futebol, em virtude de suas boas atuações pelo “Verdão”. Mococa, que foi revelado no Radium F.C., de Mococa, também jogou no Santos F.C., Bangu/RJ e Rio Branco, de Americana.
Na foto, Rosemiro, Gilmar, Polozzi, Mococa, Edson e Pedrinho; agachados, Lucio, Jorginho, César, Wilson e Baroninho.
História de vitórias - “No início do século 20, jovens italianos decidiram fundar um clube cujo objetivo principal seria a formação de um time de futebol que representasse toda a enorme colônia italiana diante das grandes equipes da elite paulistana. A Itália estava reunificada havia pouco mais de três décadas, fato não muito claro para a imensa maioria dos italianos que estavam no Brasil. Em São Paulo, já existiam diversos clubes de italianos, mas cada um representando uma província italiana ou que se dedicavam a outras atividades que não o futebol.
Palestra Itália - Após algumas reuniões, 46 simpáticos à ideia, liderados por Luigi Marzo e LUigi Cervo, fundaram, em 26 de agosto de 1914, um clube esportivo para todos italianos, ao qual deram o nome de Palestra Itália. Após as dificuldades iniciais, o Palestra Itália disputou sua primeira partida em Votorantim, quando venceu o Savóia por 2 a 0, ganhando a Taça Savóia.
Em 1916, o novo clube se filiou à principal liga esportiva da cidade, disputando seu primeiro jogo oficial. No ano seguinte tornou-se vice-campeão paulista e enfrentou pela primeira vez o Corinthians. O Palestra venceu a primeira partida por 3 a 0 e, no returno, por 3 a 1 o time que viria a ser seu maior rival. Em 1920, o Palestra Itália tornou-se campeão paulista vencendo o jogo decisivo contra o Paulistano.
A equipe continuou crescendo e o estádio Palestra Itália, adquirido em 1920, foi ampliado e modernizado em 1933, quando se tornou o primeiro estádio brasileiro com arquibancadas de concreto e alambrados. A partir de 1964, o estádio foi projetado para ter o campo de jogo suspenso, permitindo visão ampla aos torcedores, além do aproveitamento do espaço no subsolo. O clube seguiu em marcha vitoriosa, conquistou mais campeonatos, e logo no início dos anos 30 tornou-se tricampeão paulista de futebol.
Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1942, por causa de decreto do governo Getúlio Vargas, que proibia a qualquer entidade o uso de nomes relacionados aos países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), que lutavam contra os aliados, o Palestra Itália foi obrigado a mudar de nome, passando a chamar-se Palestra de São Paulo, mantendo o "palestra", uma palavra de origem grega, que não iria de encontro ao decreto governamental. A mudança não aplacou as pressões políticas e até esportivas e, sob pena de perder seu patrimônio para outro clube e ser retirado do campeonato que liderava, o Palestra viu-se obrigado a mudar de nome novamente.
Mudança de nome - Assim, às vésperas da partida final do Campeonato Paulista, que seria realizada em 20 de setembro de 1942, a diretoria palestrina mudou o nome do clube para Sociedade Esportiva Palmeiras. Em uma partida tensa, o novo clube derrotou o São Paulo Futebol Clube na final, que terminou antes do tempo normal.
Em 1951, o Palmeiras disputou o Primeiro Campeonato Mundial de Clubes, que contou com a participação de oito times: Vasco da Gama (RJ / Brasil), Áustria Viena (Áustria), Nacional (Uruguai), Sporting (Portugal), Palmeiras (SP / Brasil), Juventus (Itália), Estrela Vermelha (Iugoslávia) e Olympique (França). A final foi disputada em dois jogos entre Palmeiras e Juventus. Os palmeirenses conseguiram vencer um e empatar o outro jogo, conquistando assim a Copa Rio.
Nos anos 1960, o Palmeiras foi o único clube a rivalizar com o Santos de Pelé, passando a ser conhecido como Academia do futebol brasileiro. A equipe, admirada pelos torcedores até hoje, contava com Ademir da Guia, um dos maiores ídolos palmeirenses de todos os tempos. Uma das grandes glórias deste período foi o fato de o Palmeiras ter vestido a camisa da Seleção Brasileira para enfrentar a Seleção Uruguaia na partida de inauguração do estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, em Belo Horizonte (MG). Na ocasião, o Palmeiras venceu por 3 a 0.
Porco como mascote - Nos anos 1970, o time conquistou inúmeros títulos, tendo sido três vezes campeão paulista, uma delas de forma invicta, e bicampeão brasileiro. Acostumados às grandes glórias da Academia dos anos 1960 e 1970, o torcedor palmeirense viu a década de 1980 passar sem conquistas e aumentar a fila por falta de títulos. Assim, o ano de 1986 acabou se tornando emblemático. No dia 29 de outubro, o torcedor palmeirense assumiu o porco como mascote, em uma partida contra o Santos.
Era Parmalat - Na década de 1990, o Palmeiras teve mais um período de glórias, que ficou conhecido como a Era Parmalat. Durante o tempo de duração desta parceria, o Palmeiras conquistou títulos importantes. No primeiro ano efetivo da parceria, conquistou o Campeonato Paulista de 1993, o Torneio Rio-São Paulo e o Campeonato Brasileiro. No ano seguinte, o clube foi bicampeão paulista e bicampeão brasileiro. Conquistou mais uma vez o Campeonato Paulista, em 1986 e, em1998, a Taça Mercosul e a Copa do Brasil.
Copa Libertadores da América - Em 1999, com um time que contava com Evair, Zinho, Alex e Cesar Sampaio, o Palmeiras conquistou um dos mais importantes títulos de sua história: a Copa Libertadores da América. Por ser o maior vencedor das principais competições esportivas nacionais e internacionais, o Palmeiras foi proclamado pela Federação Paulista de Futebol o Campeão do Século 20 do futebol brasileiro.
Desde então, o Palmeiras passou por altos e baixos no Campeonato Paulista e no Campeonato Brasileiro, tendo sido rebaixado na competição nacional em 2002, quando caiu para a Série B. No ano seguinte, a equipe sagrou-se campeã da Série B, voltando à elite do futebol nacional.
Em 2008, comandado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, o Palmeiras foi mais uma vez Campeão Paulista e completando a boa temporada, conquistou uma vaga na Taça Libertadores de 2009, com o quarto lugar no Campeonato Brasileiro.
No entanto, a temporada de 2009 foi frustrante para o clube que fez ótima campanha na primeira fase do Paulista, mas foi eliminado nas semifinais pelo Santos, ao passo que na Libertadores fez jogos memoráveis, mas acabou eliminado nas quartas de final. Já no Campeonato Brasileiro, chegou a ser considerado o campeão com rodadas de antecedência, mas caiu de produção na reta final e sequer conquistou nova vaga à disputa do torneio continental.
Os anos de 2010 e 2011 foram de poucas emoções. No Campeonato Brasileiro, duas campanhas medíocres, com a 10ª e 11ª posição; na Copa do Brasil dupla eliminação nas quartas de final para Atlético Goianiense e Coritiba e no estadual, uma eliminação na primeira fase em 2010 e outra para o arquirrival Corinthians nos pênaltis, nas semifinais.
Campeão da 2ª Divisão - Já o ano de 2012 foi de emoções distintas com muita alegria e muito choro. Primeiro, lamento pela eliminação nas quartas de final do Campeonato Paulista diante do Guarani, depois alegria e euforia pela conquista da segunda Copa do Brasil da história do clube, ao bater o Coritiba, algoz do ano passado e por fim, a tristeza com a tragédia do segundo rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro em toda a história”. Texto de autoria da Federação Paulista de Futebol
Cante o hino glorioso:
Quando surge o alviverde imponente
No gramado em que a luta o aguarda
Sabe bem o que vem pela frente
Que a dureza do prélio não tarda
E o Palmeiras no ardor da partida
Transformando a lealdade em padrão
Sabe sempre levar de vencida
E mostrar que de fato é campeão
Defesa que ninguém passa
Linha atacante de raça
Torcida que canta e vibra
Defesa que ninguém passa
Linha atacante de raça
Torcida que canta e vibra
Por nosso alviverde inteiro
Que sabe ser brasileiro
Ostentando a sua fibra.
Letra: Gennaro Rodrigues
Música: Antonio Sergi
(Fotos: reprodução/divulgação)
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