Por Théo Bratfisch
O mundo mudou e as mulheres mudaram, ou o contrário, as mulheres mudaram, portanto, o mundo mudou?
Esta indagação, vinda de uma participante de um projeto de pesquisa do Ministério do Meio Ambiente, foi escolhida para iniciar a reflexão a respeito de como a mulher está inserida no mundo atual, em especial no Brasil. Não existe uma resposta simples, o certo é que o mundo está mudando e as mulheres estão mudando com ele.
Hoje, em toda parte, elas se destacam na política como presidentes, primeiros-ministros e, no mundo corporativo estão à frente de grandes organizações, mas foram as mudanças no comportamento dentro dos lares que possibilitaram e alavancaram a grande virada da mulher, seja como cidadã, seja como profissional, seja em qualquer outra esfera social.
Um movimento articulado e liderado por mulheres para se buscar alternativas mais sustentáveis e a consolidação de práticas cotidianas faz todo o sentido, desde que tenha legitimidade e que possa reforçar a mulher dentro das suas diferentes possibilidades, de cuidar, liderar, conectar, agregar e facilitar encontros, diálogos e estratégias para um consumo mais sustentável, sendo fundamental que esse movimento seja participativo e consiga agregar os diversos olhares de mulheres de diferentes extrações sociais e faixas etárias, tomando o cuidado para não se tornar um movimento de ‘elite’, sob o risco de perder força e não ganhar legitimidade.
A ideia da liderança feminina agrada e faz sentido, mas desde que venha acompanhada de um chamamento para toda a sociedade, a fim de que a mulher não fique novamente sobrecarregada. É importante não excluirmos os homens, sobretudo pensando nos meninos das novas gerações, que deverão ser educados nesse sentido.
Política nacional de resíduos sólidos - Sancionada em 2 de agosto de 2010, pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei que criou a PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos no país foi lembrada e citada por vários dos entrevistados durante a pesquisa do MMA como sendo uma iniciativa do Governo que aponta um importante caminho para a mudança de comportamento em relação ao consumo sustentável.
A PNRS mostra claramente a importância da responsabilidade compartilhada entre o governo que fiscaliza, a empresa que produz, o varejista que distribui e o consumidor que descarta corretamente para que o objetivo maior seja alcançado. O lixo surge como uma área essencial, onde a população, de certo modo, já foi convencida de que é preciso manejá-lo responsavelmente. Falta cuidar das alianças setoriais para a total implementação do projeto.
Fim das sacolas plásticas em supermercados - Com relação à distribuição de sacolas plásticas em supermercados, o Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado de São Paulo tem cinco dias a partir desta terça-feira, 4, para entrar com embargos de declaração contra a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que declarou a lei constitucional para ser aplicada nos municípios do Estado de São Paulo.
Sacolas de palha de milho - Sacolas de palha de milho (foto) são confeccionadas em projeto incentivado pelo Festival Delícias do Milho junto a pequenos produtores rurais de Araraquara desde 2010.
Em se tratando do consumo, as pesquisas são convergentes e mostram que são as mulheres que decidem o que a família consome e ainda influencia amigos, parentes e sua comunidade de entorno. Além disso, na qualidade de internautas, colocam literalmente a “boca no mundo” , formando opinião aqui e alhures. Portanto, nenhum movimento rigoroso de consumo e muito menos de consumo responsável, criterioso, mais “amigo” do meio ambiente e mais próximo de uma economia sustentável, não poderá florescer sem a participação dessas mulheres.
• Théo Bratfisch é conselheiro da AMITur - Associação dos Municípios de Interesse Cultural e Turístico e membro-fundador da Câmara Setorial de Turismo Rural do Conselho de Turismo Rural do Estado de São Paulo.
(Foto: divulgação)
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